Um forte terremoto ocorreu a cerca de 100 km a sudoeste da cidade chinesa de Lanzhou, perto da região fronteiriça Gansu-Qinghai, à meia-noite desta terça-feira. FONTE: Reuters

Na segunda-feira à noite, um terremoto de magnitude 6,2 abalou uma região remota e montanhosa no extremo norte do planalto Qinghai-Tibetano, resultando na trágica morte de pelo menos 118 pessoas e deixando centenas de feridos, de acordo com informações da mídia estatal chinesa.

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Autoridades agiram rapidamente, mobilizando respostas de emergência após o terremoto destruir estradas, causar deslizamentos de terra e enterrar parcialmente uma aldeia. Contudo, o trabalho de resgate tem se mostrado desafiador em temperaturas abaixo de zero, com a maior parte da China enfrentando condições congelantes após uma poderosa onda de frio atingir o país. Terremotos são comuns em províncias ocidentais, como Gansu, situada na fronteira oriental do planalto tectonicamente ativo Qinghai-Tibetano. O terremoto mais mortal da China nas últimas décadas ocorreu em 2008, quando um tremor de magnitude 8,0 atingiu Sichuan, resultando na morte de quase 70.000 pessoas.

O terremoto ocorreu no condado de Jishishan, em Gansu, às 23h59 (horário local) de segunda-feira, atingindo uma profundidade de 10 km (6,2 milhas), de acordo com o Centro de Redes de Terremotos da China (CENC). O epicentro estava a 5 km da fronteira entre Gansu e a província vizinha, Qinghai, onde também foram sentidos fortes tremores. Em Gansu, 105 pessoas perderam a vida até as 7h50 de terça-feira, e 397 ficaram feridas, das quais 16 estão em estado crítico, de acordo com autoridades provinciais em uma entrevista coletiva.

Em Qinghai, a contagem de mortes subiu para pelo menos 13, com 182 feridos. Oficialmente, 20 pessoas ainda estão desaparecidas. Cerca de 2.200 bombeiros da província de Gansu, 900 da brigada florestal e 260 equipes de resgate de emergência foram enviados para a zona de desastre. A província destinou 20 milhões de yuans (2,8 milhões de dólares) ao governo local para trabalhos de resposta a emergências e enviou suprimentos essenciais.

Devido à alta altitude da área de desastre e ao clima frio, os esforços de resgate estão sendo meticulosos para evitar desastres secundários. A temperatura em Linxia, Gansu, foi de aproximadamente -14 graus Celsius (6,8 graus F) na manhã de terça-feira. Apesar das condições adversas, a restauração gradual da energia está em andamento, com 88% da fonte de alimentação já restabelecida em Jishishan ao meio-dia, hora local.

Várias rodovias e estradas rurais foram danificadas devido a deslizamentos de terra, mas nenhum incidente fatal foi relatado. As equipes de resgate estão empenhadas em buscar sobreviventes nos escombros de edifícios desmoronados, enquanto imagens mostram os impactos devastadores nas estruturas.

Tremores foram sentidos a até 1.000 km de distância na província central de Henan, onde vídeos compartilhados nas redes sociais mostram móveis balançando nas casas das pessoas. Os esforços de evacuação foram observados, com residentes procurando áreas abertas para garantir sua segurança.

O terremoto foi classificado como uma ruptura do tipo empurrão, um dos três acima de magnitude 6 a atingir dentro de 200 km do epicentro desde 1900. A mídia estatal relatou pelo menos 32 tremores secundários nas horas seguintes ao terremoto.

Autoridades de Gansu destacaram que o último terremoto significativo, de pelo menos magnitude 5,0, a menos de 100 km do epicentro, ocorreu em 2019. Até a manhã de terça-feira, nove tremores secundários em magnitude 3,0 e acima foram registrados, sendo dois deles com magnitude superior a 4,0, de acordo com o CENC.

A preocupação continua, e os esforços de resgate enfrentam desafios adicionais devido às condições climáticas adversas, mas a China permanece dedicada a mitigar os impactos dessa tragédia em Gansu e Qinghai.

FONTE: PEQUIM (Reuters)

Reportagem de Liz Lee, Qiaoyi Li, Ryan Woo, redações de Pequim e Xangai, Baranjot Kaur e Anirudh Saligrama em Bengaluru; edição de Christina Fincher, Chizu Nomiyama, Jonathan Oatis e Gerry Doyle.