Em meio a um cenário envolto em temperos quentes de estratégia global, 2023 emerge como um ano crítico onde as peças do tabuleiro geopolítico estão em constante movimento.

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Na Europa, a ameaça de guerra paira sobre a Rússia, uma superpotência nuclear, que se vê envolvida em um conflito de procuração com a Ucrânia, atraindo a atenção e o envolvimento do restante do mundo. O palco está montado para um embate cujas consequências podem variar desde a vitória de uma das partes até acordos de paz delicados ou, pior ainda, uma derrota que afete a todos.

Na outra lado do globo, no Oriente Médio, surge o Irã, uma superpotência militar regional que se equipara quase à OTAN na Europa. O Irã tece uma intrincada rede de alianças em toda a região, incluindo dentro de Israel, com milícias altamente treinadas e fortemente equipadas. Em caso de confronto direto, tais forças podem desencadear caos regional de proporções inimagináveis.

Em meio a esse cenário desafiador, Israel enfrenta uma terrível guerra com o Hamas, que é aliado ao Irã, onde enfrenta ameaça constante de métodos caóticos, como foguetes aleatórios que atravessam os céus e atingem seu território. Essa situação coloca o país em uma posição defensiva intricada, uma vez que a imprevisibilidade desses ataques gera insegurança, tornando-o suscetível a agressões indiscriminadas. Como resposta, Israel adota medidas de retaliação sem precedentes, mobilizando uma força militar avassaladora que realiza ataques aéreos. Infelizmente, essa estratégia muitas vezes resulta em vítimas civis no meio dos combatentes, delineando claramente a natureza assimétrica desse conflito.

“A guerra assimétrica é uma forma de conflito violento entre um exército formal e um oponente informal, menos equipado, porém resiliente e motivado, com falta de pessoal e apoio.”

Vale ressaltar que as dinâmicas das táticas de guerra passaram por uma transformação significativa. Atualmente, os adversários não se limitam às fronteiras físicas; eles empregam estratégias cibernéticas fora de seus territórios para causar danos aos cidadãos e empresas, visando provocar prejuízos financeiros e dificultar o apoio por parte desses cidadãos para os esforços de guerra. A guerra contemporânea transcende fronteiras convencionais, desdobrando-se em diversas frentes, desde guerras híbridas até as esferas midiática e econômica. Neste tabuleiro complexo, inimigos e aliados adotam estratégias meticulosas, calculando cada movimento com precisão para conquistar vantagens decisivas.

A evolução da guerra assimétrica é evidente, com táticas de ataques surpresa e insurgências mostrando eficácia a longo prazo, como observado no Afeganistão, Vietnã, Síria, Iraque e agora no conflito envolvendo o Hamas e a Ucrânia.

Os Russos adotam uma abordagem cautelosa, utilizando ataques mais econômicos e cirúrgicos, assemelhando-se às táticas assimétricas empregadas pela Ucrânia. A compreensão de que a aplicação dessas estratégias pode ser a chave, especialmente diante do apoio ocidental a Ucrânia em termos de armamento e financiamento, destaca a complexidade desse tabuleiro geopolítico, que se torna cada vez mais perigoso.

Contudo, o Ocidente confronta desafios estratégicos consideráveis, com o perigo iminente de perder o controle do conflito, o que poderia resultar em perdas substanciais para ambas as partes envolvidas, incluindo a possibilidade de um confronto direto.

O que aguarda 2024 são embates intensos que podem se agravar, especialmente se o financiamento ocidental à guerra contra a Rússia persistir e se o Irã continuar apoiando seus aliados contra Israel.

Num contexto mais amplo, os custos dessas táticas tornam-se evidentes, tanto em termos financeiros quanto em vidas perdidas. Em um mundo pós-pandêmico, onde a inteligência artificial e as fragilidades econômicas desempenham papéis cruciais, os Estados Unidos e a Rússia enfrentam desafios monumentais ao lidar com táticas de guerra assimétricas que já testaram seus limites no Afeganistão. O custo financeiro astronômico e os desafios iminentes refletem a complexidade de um mundo em constante evolução, onde a guerra assume novas formas e implicações inesperadas.

CRÉDITOS: Silvano Saldanha/JN LIBERTTI

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