Uma operação conjunta entre o Ministério Público de São Paulo e a Polícia Militar resultou na prisão de 14 pessoas, incluindo três vereadores, em municípios paulistas. A ação, denominada Operação Muditia, investiga a possível participação do Primeiro Comando da Capital (PCC) em licitações públicas.

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Os alvos da operação foram funcionários públicos, advogados e empresários ligados a empresas suspeitas de participar de um esquema de direcionamento de licitações em benefício da facção criminosa. As prisões são temporárias, com prazo inicial de cinco dias, podendo ser prorrogadas ou convertidas em prisão preventiva ao término desse período.

Segundo o promotor Yuri Fisberg, responsável pela operação, as prisões foram fundamentais para evitar possíveis interferências nas investigações em curso. Durante as diligências, foram realizadas buscas em diversos locais, incluindo prédios públicos, conjuntos residenciais e estabelecimentos comerciais.

As autoridades apreenderam armas de fogo, munições, celulares, notebooks e quantias significativas em dinheiro, tanto em espécie quanto em cheques, totalizando cerca de R$ 3,5 milhões, além de quase 9 mil dólares. Dos prédios públicos visitados, sete eram prefeituras e quatro eram sedes de Câmaras Municipais, em municípios como Ferraz de Vasconcelos, Santa Isabel, Arujá e Cubatão.

De acordo com informações fornecidas pelo promotor Fisberg, a operação se concentra em investigar empresas que teriam movimentado grandes quantias em contratos públicos, chegando a valores superiores a R$ 200 milhões. Essas empresas estariam envolvidas em contratos de prestação de serviços de limpeza e postos de fiscalização e controle.

A Operação Muditia é a segunda ação em uma semana que investiga a relação do PCC com licitações públicas em São Paulo. A Operação Fim da Linha, deflagrada no início do mês, resultou na prisão de diretores de empresas de ônibus da capital paulista por suspeita de envolvimento com a facção criminosa.

O promotor Frederico Silvério destacou a complexidade das operações do PCC, que vão além do tráfico de drogas, e ressaltou a necessidade de uma articulação ampliada para combater efetivamente essa organização criminosa.

A investigação indica que o esquema envolveu simulação de concorrência pública por empresas ligadas ao PCC ou por meio de “laranjas”, com o intuito de direcionar os resultados das licitações. Além disso, há indícios de corrupção de agentes públicos, fraudes documentais e lavagem de dinheiro.

Para evitar a continuidade desses crimes, os promotores enfatizam a importância do fortalecimento das medidas de compliance nas prefeituras e órgãos públicos.

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