São Paulo, 26 de fevereiro de 2024 – Cerca de 185 mil apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se reuniram na Avenida Paulista neste domingo (25) em um ato de defesa do líder político, que enfrenta diversas investigações, incluindo a de suposta articulação de um golpe de Estado.

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Em seu discurso, Bolsonaro negou as acusações e adotou um tom mais conciliador do que quando estava no cargo, buscando “a pacificação para apagar o passado”. Ele também defendeu a anistia para os envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023 aos prédios do governo em Brasília.

Bolsonaro nega golpe e pede anistia

“O que é golpe? São tanques nas ruas, armas, conspiração. Nada disso aconteceu no Brasil”, disse Bolsonaro. Ele também se posicionou contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e defendeu a anistia para os presos pelos atos de vandalismo em Brasília: “Anistia para os pobres que estão presos em Brasília. Pedimos a todos os 513 deputados e 81 senadores um projeto de anistia para que a justiça possa ser feita no Brasil.”

Bolsonaro se coloca como líder da oposição

Impedido de concorrer a cargos públicos até 2030, Bolsonaro se coloca como líder da oposição ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e busca fortalecer sua base política. O evento contou com a presença de aliados como os governadores Tarcísio de Freitas (SP) e Romeu Zema (MG), mas outros nomes importantes do bolsonarismo não compareceram.

Analistas avaliam impacto do ato

Para Carlos Melo, professor de ciências políticas da Universidade Insper, o evento não deve ajudar a situação jurídica de Bolsonaro, mas demonstra que sua mensagem ainda ressoa em parte da população. “O fato de Bolsonaro não ceder nenhum poder agora reduz o que ele pode fazer. Anteriormente, temíamos que ele pudesse usar as Forças Armadas, agora isso está descartado”, disse Melo.

Gleisi Hoffmann critica Bolsonaro

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, reagiu ao ato em suas redes sociais: “Quando fala em anistia aos condenados pelos tumultos de 8 de janeiro, Bolsonaro visa a própria impunidade. Ele não pode defender interesses que não são os seus. Não devemos ter qualquer complacência com os golpistas, a começar pelo seu chefe.”

Investigações continuam

As investigações da Polícia Federal sobre o suposto plano de golpe de Estado continuam em andamento, e incluem generais militares entre os suspeitos. O futuro de Bolsonaro e do país dependerá do resultado das investigações e do cenário político que se desenrolará nos próximos anos.

Fonte: Euro News/Apnews/JN Libertti